Um BMW normalmente impressiona pelo requinte do acabamento e pela potência despejada nas rodas pelo motor. Com o X6 acontece exatamente o mesmo, só que com algumas substanciais particularidades. A começar pelo design singular, que chama bastante atenção nas ruas, mas interfere de forma determinante no convívio a bordo. Ao contrário do que sugerem as dimensões enormes do crossover, o espaço interno é restrito. O teto com caimento acentuado atrás deixa os acessos ao interior e o próprio espaço interno limitados.
O motor 3.0 biturbo de seis cilindros em linha com 306 cv produz arrancadas e retomadas bastante fortes. Basta colocar a alavanca do câmbio no modo automático e, ao menor toque no pedal do acelerador, o corpo do motorista é jogado para trás. O agressivo torque de 40,8 kgfm é despejado por inteiro nas quatro rodas logo aos 1.300 RPM, produzindo acelerações violentas.
Nas retomadas, porém, é possível extrair o máximo de esportividade que os 306 cv de potência do motor proporcionam. Com o torque liberado integralmente até os 4.000 RPM, a recuperação de fôlego conta sempre com o propulsor cheio. Há bom entrosamento do motor 3.0 com a transmissão automática de seis velocidades. As trocas são suaves e precisas.
Na parte dinâmica, o X6 exibe um comportamento bastante neutro, mesmo com seus 1,69 m de altura e o porte de utilitário. O BMW X6 oferece ainda um nível elevado de conforto e entretenimento. Os bancos largos e macios cobertos em couro acomodam bem motorista e passageiros. Outro destaque é o módulo iDrive, que tem sintonizador de tevê e reúne funções do ar digital de duas zonas, do computador de bordo e do sistema de som de alta fidelidade.
Preço elevado justifica baixo volume de vendas
No lugar de um banco traseiro generoso para três passageiros, dois assentos largos e um console enorme no meio. Teto rebaixado atrás, acessos meio apertados e um design incomum e extremamente bruto, repleto de nervuras pela carroceria de porte agigantado.
Na essência, o X6 é um utilitário-esportivo. Mas a BMW perverteu a proposta mais familiar do SUV de oferecer versatilidade e espaço interno amplo. No crossover médio-grande de luxo, somente a estrutura em monobloco compartilhada com o X5, mantém as características típicas de um “Sport-utility” tradicional. O X6, na verdade, tem no desempenho esportivo, no visual original e na exclusividade seus principais atributos.
Os números de vendas no Brasil comprovam essa linha de atuação. Em 2009, foi 139 unidades, média mensal de 23. O líder é Land Rover Range Rover Sport – com médias mensais são de 57 unidades –, seguido por Porsche Cayenne, Mercedes-Benz Classe ML e BMW X5. A BMW pede R$ 325 mil pela versão mais simples do X6, como a avaliada.