Ferrari F430 Scuderia 16M: causa nobre

30/09/2009 17:09

Ao volante da série limitada que comemora os 16 títulos da marca na Fórmula 1

 

 

Ferrari F430 Scuderia Spider 16M teve acerto do heptacampeão mundial de Fórmula 1, Michael Schumacher

 

Nesses tempos de crise, a Ferrari é uma das poucas fabricantes que tem motivos para comemorar. Nos primeiros quatro meses do ano, a marca italiana teve lucro de 54 milhões de euros, a nova geração do modelo Califórnia já está com fila de espera de dois anos e seu time de Fórmula 1 faturou o campeonato mundial do ano passado. Para comemorar, a fabricante de Maranello resolveu lançar uma versão especial da F430 Scuderia Spider, a 16M, cheia de adesivos que simbolizam suas vitórias da categoria mais importante do automobilismo mundial. Claro que, na Itália, o número que vem depois do 16 não dá muito sorte e por isso a situação da marca do cavalo empinado no campeonato desse ano é bem complicada, mas vamos estourar o champanhe e desejar dias melhores.

Basicamente, a 16M é uma F430 Scuderia Spider. Tem o mesmo motor com taxa de compressão mais alta (11,9:1, ante 11,3: 1 da convencional), acoplado ao câmbio seqüencial F1 Superfast, que troca de uma marcha para outra em 60 milésimos de segundo. Com 503 cavalos e 48 kgfm de torque, o V8 fica ancorado na estrutura que conta com freios de fibra de cerâmica (15,6 polegadas de diâmetro na frente com pinças de seis pistões e de 13,7 polegadas e com pinças de quatro pistões atrás) e rodas de 19 polegadas de diâmetro. O pacote da Scuderia 16M também inclui suspensão mais firme, da qual faz parte um conjunto de amortecedores eletrônicos que se ajustam às condições que o carro estiver enfrentando para proporcionar o máximo de estabilidade.

 

Nas curvas, vários itens ajudam na estabilidade, inclusive os amortecedores controlados eletronicamente

 

A única diferença que você vai encontrar entre a F430 Scuderia cupê e a conversível fica por conta dos silenciadores no coletor de escape, para eliminar alguns timbres que incomodariam ao dirigir sem capota. Além disso, o peso é 8,6 quilos maior por conta dos reforços estrutuais, o que aumentou a relação peso potência de 2,7 kg por cavalos para 3 kg, mas mesmo assim são 79,3 kg a menos que na Spider convencional. Por US$ 313.350, a 16M custa US$ 25.382 mais que a Scuderia cupê e US$ 78.553 a mais que a F430 Spider convencional. Pode parecer meio exagerado por uma Ferrari V8, mas a 16M promete ser um dos mais rápidos conversíveis da marca italiana.

Pena que no dia do nosso teste, a famosa pista de Fiorano estava ocupada. Então tivemos que procurar algum lugar deserto que tivesse bastante asfalto liso e que parecesse ter boa aderência. Alinhamos o carro para testar o controle de largada. Desligamos o controle de tração e mantivemos o motor em 4.000 rpm, esperando o sinal no painel para o grande momento de disparar como um foguete. Chegada a hora, ficamos com as costas grudadas no encosto do banco e o carro roncou tão forte, numa mistura de fumaça de pneu queimando e trocas de marchas, que até o pessoal na fábrica da Lamborghini, a 32 quilômetros dali, deve ter ouvido. 
                                       

  Depois de ter diminuído o ritmo e

de ter certeza de que os freios dariam conta do recado, resolvemos tornar a testar esse recurso, mas dessa vez com um pouco mais de giro do motor. Mas como ainda havia quatro outros grupos de jornalistas para testar o carro fomos obrigados a limitar nossas tentativas. De qualquer forma, nosso melhor resultado foi 3,8 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h e 11,8 segundos para atingir 197 km/h, velocidade um pouco abaixo do que conseguiríamos com a versão cupê (189,9 km/h). Nas curvas, a diferença entre as duas versões de aproximadamente 32 km/h.

Embora essa versão conversível não seja mesmo tão rápida quanto a cupê, com a capota aberta, a sensação de velocidade é mais forte. Ataque as hastes atrás do volante com dedos e seus ouvidos vão receber avisos claros sobre qual dos pneus está derrapando ou sendo deformado nas curvas por causa da resultante que tende jogar o carro pela tangente. Também dá para perceber os sistemas eletrônicos que controlam os freios e a tração funcionando.

Como num modelo de competição é possível regular o quanto a frente vai desgarrar nas curvas, ou qual ângulo você quer que o carro deslize no modo “drift”, aquele que faz a carroceria andar de lado. Mas o ajuste esportivo foi o mais adequado para enfrentar as sinuosas estradas italianas, ainda mais quando se tem um V8 provocando seu pé direito, o que também ajudou a testar a eficiência dos freios de fibra de cerâmica. Eles quase não vibram e resistem bastante às altas temperaturas. Durante quase 200 quilômetros de teste, não sentimos nenhum problema na estrutura.

Vai ser difícil encontrar algo mais divertido do que esse conversível para aproveitar um fim de semana de sol. Ainda mais com uma boa capota e com ar-condicionado e um bom sistema de som. É um carro perfeito para comemorar os 16 títulos da Ferrari, mesmo em tempos difíceis.

 

 

Mesmo sem capota, o esportivo mostra ótima rigidez torcional

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